terça-feira, 9 de julho de 2013

BRASIL: Médicos para o Brasil está bem elaborado

BLOG DE CÉZAR SANTOS

O Governo vai ampliar de seis para oito anos a duração do curso de Medicina. O período extra, de dois anos, o médico continuará em formação, só que trabalhando exclusivamente em postos de saúde, pronto-socorros e no Samu, sempre vinculado à instituição de ensino original.

A mudança é um dos principais pontos do programa “Médicos para o Brasil”, anunciado ontem pela presidente Dilma Rousseff (PT). A ideia é ampliar o número de profissionais para suprir, principalmente, a ausência de médicos nas cidadezinhas interioranas.

A medida, que entrará em vigor em 2015, vai manter o recém-formado na estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS), devidamente remunerado, o que permitirá a permanência do médico perto da saúde da família.

Como funciona: os primeiros seis anos do curso terão a mesma estrutura que a atual. Hoje, após os seis anos, o aluno se forma e pede o diploma de médico ao Conselho Regional de Medicina (CRM) do Estado onde pretende atuar. Nos dois anos da segunda parte, o aluno mantém o vínculo com a instituição de ensino e desenvolve atividade sob tutoria.

Haverá avaliações e pagamento de uma bolsa.

Também, no programa, consta a fixação de médicos estrangeiros no interior e na periferia. Nesse caso, o profissional indica uma cidade de interesse em cada um dos grupos (capitais, regiões metropolitanas, cidades com concentração de pobreza, distritos indígenas.

Os selecionados serão submetidos a uma avaliação e preparação de conhecimentos técnicos e língua portuguesa de três semanas no Brasil. Antes, porém, a prioridade é do médico brasileiro, seguindo três chamadas:

A primeira será para médicos formados no Brasil e no exterior e aprovados no Revalida;

A segunda, para brasileiros formados no Exterior sem Revalida, que estejam em países com proporção de médico maior que o Brasil;

E na terceira chamada, para estrangeiros de todas as nacionalidades.

Dessa forma, o Governo deixa claro: a prioridade é do médico brasileiro; se ficar vaga aberta, será convocado o profissional estrangeiro. A princípio, o programa agrada, apesar de resistência de setores da classe médica.

No entanto, alguns pontos poderiam ser melhor atendidos. O Governo poderia ter aumentado o repasse per capita da saúde e, por consequência, permitir investimentos para reformar, ampliar e equipar os hospitais públicos. Essa é uma necessidade tão antiga quanto urgente, reclamada pelos governadores e prefeitos.

No geral, o programa é interessante e poderá trazer resultado no futuro próximo.

Fonte: Jornal de Fato