Rosalba
vê amadurecimento da democracia no país
Lideranças políticas do Rio Grande do Norte, de
diferentes correntes políticas se manifestaram a respeito da onda de protesto
que ocorrem em praticamente todo o Brasil. A governadora Rosalba Ciarlini (DEM)
considerou as movimentações em forma de protesto, protagonizadas por estudantes
brasileiros como uma prova de fortalecimento do que considera uma democracia
ainda jovem no país. A chefe do Poder Executivo norte-rio-grandense apontou o
Estado como um ente da federação que sempre lutou pela liberdade e, portanto,
não estaria de fora das manifestações.
“Vejo os movimentos sociais que estão
acontecendo por todo o País como uma prova do fortalecimento da nossa jovem
democracia. No Rio Grande do Norte não será diferente, até pelo histórico de
ser um Estado que sempre lutou pelas liberdades. A minha orientação à Polícia é
no sentido de manter a paz, de proteção às manifestações democráticas, garantindo
a liberdade de manifestação do pensamento", afirmou a governadora Rosalba
Ciarlini.
Já o presidente nacional do Democratas,
senador, José Agripino Maia argumentou ainda que o governo federal precisa
urgentemente ouvir o clamor das manifestações populares que ocorrem em todo
país.
Desde a semana passada, milhares de
brasileiros em 12 capitais saem às ruas para reivindicar. Os temas, de acordo
com o senador potiguar, são os mais variados: vão desde a redução da tarifa do
transporte coletivo até o protesto contra a corrupção e a impunidade no Brasil.
“O governo precisa entender a insatisfação
popular e adotar providências para fazer das prioridades da sociedade as suas.
É o que a oposição quer: colaborar para que os anseios da sociedade sejam
atendidos”, frisou o senador pelo Rio Grande do Norte. Uma onda de protestos
tomou conta das principais capitais do país na segunda-feira passada.
Em Brasília, cerca de cinco mil pessoas se
reuniram na Esplanada dos Ministérios e ocuparam a cúpula do Congresso
Nacional.
As manifestações, que também criticam o
excesso de gasto público com a construção das obras para as copas da
Confederação e do Mundo em 2014, reuniram brasileiros até mesmo fora do país,
conforme mencionou o parlamentar e presidente nacional do DEM. Em Londres, mais
de sete mil pessoas confirmaram presença na convocação pelas redes sociais para
uma manifestação ontem, na capital britânica em apoio aos protestos que têm
reunido milhares em todo o Brasil.
A única representante do Partido dos
Trabalhadores do Rio Grande do Norte no Congresso Nacional, a deputada Fátima
Bezerra elogiou as manifestações sociais protagonizadas pela juventude
brasileira, que protestam contra o aumento das tarifas do transporte coletivo e
em defesa do direito à cidade em diversas regiões do Brasil.
A deputada Fátima Bezerra, no entanto,
repudiou a forte repressão policial e violação de direitos humanos, ocorrida na
semana passada em São Paulo, e elogiou o discurso da presidente Dilma Rousseff
que proferiu: “O Brasil hoje acordou mais forte, e a grandeza das manifestações
de ontem comprovam a energia da nossa democracia”.
“Não poderia deixar de manifestar minha
solidariedade à juventude que ousa lutar e reivindicar por mais avanços, bem
como de repudiar a ação truculenta de setores da polícia militar que ainda não
conseguiu transitar da cultura da ditadura para a cultura do Estado democrático
de direito. Em Natal, os manifestantes também já enfrentaram as consequências
da concepção de segurança pública vigente. O que tinha por objetivo
desmobilizar os manifestantes terminou desencadeando mais indignação,
fortalecendo o movimento denominado "Revolta do Busão", defensor de
uma pauta de reivindicações que incorpora desde a revogação do aumento da
tarifa ao passe livre para estudantes e desempregados”, declarou.
Fátima também criticou o papel do Congresso
Nacional diante das transformações sociais em curso no país. “Eu quero, mais
uma vez, reafirmar que o Congresso Nacional não pode ficar surdo. Tem que ouvir
as vozes das ruas, que gritam por avanços. É inaceitável que a agenda da
reforma política, da democratização dos meios de comunicação, do PNE com 10% do
PIB e 100% dos royalties para educação, dos direitos LGBT e da mulher, das
comunidades quilombolas e indígenas, entre outras, estejam mofando e não
avancem no Parlamento”, disse. “Os gestores precisam ampliar o debate no
sentido de construir soluções para o desenvolvimento sustentável das cidades
brasileiras. Quem está na rua aprendeu o que aprendemos quando decidimos
construir o Partido dos Trabalhadores: sem luta, não há transformação”,
completou a parlamentar petista.
Fátima ressaltou, ainda, o papel perverso que
a grande mídia tem exercido na atual conjuntura política, ora criminalizando os
movimentos sociais, ora tentando utilizá-los para fornecer discurso aos
partidos políticos que, sem rumo e sem projeto para o país, buscam qualquer
artifício para tentar desestabilizar o governo democrático e popular liderado
pela presidente Dilma Rousseff. “Esquece que o projeto elitista e conservador
que afundou o Brasil na recessão econômica e na inflação foi derrotado em 2002,
com a vitória eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O desejo da
maioria da população brasileira não é retornar ao passado, mas sim dar
continuidade aos avanços conquistados nos últimos dez anos”, disse.
Fonte: Gazeta do Oeste