domingo, 10 de novembro de 2013

MENSAGEM DO DIA

Desejos

Por Carlos Drummond de Andrade
DESEJOS
Desejo a vocês…
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho.
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu.
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) poeta e escritor mineiro

CULTURA: Coleção Mossoroense mudará de endereço em busca de contenção


Célio Duarte
Coleção Mossoroense: sonho de Vingt-un Rosado é mantido com muito esforço e abnegação
Seis décadas de existência e mais de quatro mil obras publicadas, em um acervo duas vezes maior que o da Biblioteca Municipal Ney Pontes Duarte, contabilizando 150 mil títulos. Eis aí o sonho de Vingt-un Rosado, o velho editor que praticamente publicou quase todos os autores da cidade e grande parte dos outros do Estado do RN, editando, às vezes do próprio bolso, a literatura local. “Meu pai era um abnegado. Às vezes ele dizia que a Coleção Mossoroense era um negócio de doido”, fala, sorrindo e um pouco triste, o médico e diretor-presidente da editora, Dix-sept Rosado Sobrinho, filho de Vingt-un e que tomou a responsabilidade da editora. “Eu coloquei – como meu pai também o fez – muito dinheiro aqui, de sorte que tivemos que reduzir muita coisa, mas digo e repito que a Coleção Mossoroense é um patrimônio do Estado do Rio Grande do Norte. Não pertence a mim nem a qualquer outro. É uma editora histórica que sobrevive de poucos apoios e um convênio com a Prefeitura Municipal de Mossoró, convênio que passou por uma redução de quase 50%. Depois, vieram os atrasos e, agora, estamos entregando à sede antiga, porque sabemos que os custos são altos e não temos condições de bancarmos esses custos. Entreguei o imóvel e devo salientar que o proprietário não me pediu o lugar. Ao contrário. Paguei todos os aluguéis que devíamos, honrei com o compromisso e estou à procura de um lugar menor”, revela Dix-sept Sobrinho, explicando que a editora passa por um momento delicado. “Decidimos entregar a casa depois de uma reunião com a diretoria, e resolvemos ir à procura, agora, de um lugar menor”, diz.

De acordo com ele, a Coleção possui um acervo de 150 mil livros, todos com duplicatas. “Decidimos, também, ficarmos com apenas cinco obras de cada título e fazermos doações dos demais. Ou seja, não temos como acondicionar tantos livros. Essas doações serão feitas em breve e estamos estudando como. O pessoal do curso de História da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) tem nos ajudado no sentido de organizar esse material”, fala.

Para ele, a Coleção continua viva, mas, do jeito que está “tudo fica muito complicado”. “Tive que parar com os serviços gráficos e outras coisas. Nossa prioridade é cuidar da editora, procurar um novo lugar mais barato e continuarmos vivos. Agradecemos a ele e também à parceria da PMM e devo dizer que não tenho interesses em coisas do poder. Pelo contrário, creio que a editora é de todos nós”, salienta Dix-sept, destacando que não vê “perspectivas de melhoras para o apoio à cultura”, mas reconhece a importância de empresas como a Simsal e a Itapetinga que colaboram com a editora. 

‘É TRISTE. LAMENTÁVEL!’

As palavras são do poeta e editor-assistente da Coleção, Caio César Muniz. “Dix-sept tem feito de tudo para manter a editora viva. Estamos sem receber desde agosto, do convênio que mantemos com a PMM. Vivemos na incerteza”, salienta Caio, explicando que, entre outras ações, a editora se mudará para um lugar mais barato e doará parte de seu acervo a instituições. “Existe uma proposta da Ufersa, mas não é uma coisa para agora, somente para 2015. Não podemos esperar até lá”, comenta.

De acordo com ele, a Coleção Mossoroense tem convênio com a PMM até dezembro, mas as indefinições de pagamento têm prejudicado a editora. “Além disso, nós temos uma folha de pagamento, outras despesas e o convênio foi reduzido pela metade. Antes recebíamos cerca de 19 mil. Hoje, apenas a metade disso”, explica.

Ele salienta é lamentável e ver com muita tristeza o atual cenário pelo qual passa a Coleção. “Vemos nossos sonhos escapando por entre nossos dedos... ao mesmo tempo em que lamentamos, também recebemos a notícia de que a Petrobras, em breve, liberará os recursos para o nosso Concurso Literário Rota Batida, um sonho de Vingt-un”, finaliza.

Fonte: Jornal Gazeta do Oeste

CIDADES: Desvio de rio provoca notificações em Prefeitura do Apodi e outros órgãos

Os fiscais do Instituto de águas do Rio Grande do Norte (IGARN), engenheira química Selma Maria da Silva e Najá de Oliveira estiveram na semana passada no município de Apodi. O objetivo da visita foi para aplicar auto de infração à Prefeitura Municipal do Apodi, Colônia de Pescadores Z-48 e ao Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), do Ceará, por barramento e abertura de canal de desvio do rio Apodi-Mossoró, no trecho das obras do canal dos irrigantes da Chapada do Apodi.

Contra o Dnocs a caracterização das irregularidades, segundo o Auto de Infração do Igarn, pesa o “Desvio do leito do rio Apodi-Mossoró em Apodi-RN, a altura da comunidade de Bico Torto, sem devida licença de Obra Hidráulica” e “um prazo de cinco dias para voltar a água para o leito normal”, cita o texto principal do documento de infração.

Para a Colônia de Pescadores Z-48 a infração é pelo barramento do leito do rio e construção de canal para desvio da água.

DERRUBA E CONSTRÓI

Numa reunião, dias passados, entre os prefeitos de Felipe Guerra, Haroldo Ferreira; o de Apodi, Flaviano Monteiro; pescadores e outras autoridades no Gabinete do prefeito em Apodi, num acordo ficou acertado que o barramento seria derrubado, o que aconteceu no dia seguinte e o fluxo do rio Apodi/Mossoró voltou ao seu fluxo parcialmente, principalmente em Felipe Guerra.

Dias depois os irrigantes da Chapada do Apodi, que também estão sendo beneficiados com o barramento do leito do rio Apodi/Mossoró, por iniciativa própria, levantaram mais uma vez o barramento, desta vez com mais elevação e fortalecimento.

Após permanecerem toda a manhã em Apodi para tomarem estas providências, Selma Maria e Najá foram até a cidade de Felipe Guerra onde o leito do rio/Apodi está com uma grande extensão totalmente seca, prejudicando pescadores e produtores da agricultura familiar, momento em que aconteceu uma reunião na sala do chefe de Gabinete Luiz Agnaldo de Souza. Participaram desta reunião em Felipe Guerra os fiscais do Igarn, o secretário de Agricultura, Fernando Morais; e a coordenadora de Recursos Hídricos, Willa Vanessa Gurgel.

Ficou acertada no encontro, por iniciativa de Luiz Agnaldo, representando o prefeito Haroldo Ferreira, uma grande mobilização com a convocação de outros prefeitos da região, deputados e demais autoridades para pressionarem a Semarh a providenciar o conserto de uma das comportas da Barragem de Santa Cruz, defeituosa há quase um ano e que prejudicou o fluxo normal do rio Apodi-Mossoró.

Fonte: Jornal Gazeta do Oeste

MOSSORÓ: Trabalhos acadêmicos contribuem com diagnóstico e soluções para os problemas


Bruno Soares
Pesquisas proporcionam aprofundamento dos alunos nas suas áreas de formação
A pesquisa é um dos três pilares que sustentam uma universidade (os outros dois são o ensino e a extensão). A pesquisa científica tem o objetivo de contribuir com a evolução dos saberes humanos em todos os setores, sendo sistematicamente planejada e executada através de rigorosos critérios de processamento das informações.

Os trabalhos de graduação devem produzir ciência, ou dela derivar. A pesquisa é um grande projeto complementar nas instituições de ensino superior, proporcionando aos alunos um profundo aperfeiçoamento na sua formação.

Na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) estão sendo realizadas cerca de 300 pesquisas dos mais diferentes temas em todas as áreas do conhecimento.

Há estudos desde degradação ambiental, efeitos ópticos exóticos, teor de lipídios das algas marinhas, otimização da segurança pública, passando por abordagens do fenômeno religioso, ensino religioso, violência urbana, agricultura familiar, turismo, fauna, flora, uso de álcool e drogas, autismo infantil, chegando até temas sobre práticas da escrita e efeitos de sentido.

Mais de 260 desses trabalhos foram apresentados na primeira Semana de Ciência, Tecnologia e Inovação (SCTI) realizada pela universidade no final de outubro. O evento possibilitou espaços de diálogos, aprendizados e trocas de experiências para a discussão da ciência tecnologia e inovação focando os desafios para exercer a atividade científica e a pós-graduação em âmbito nacional e internacional.

O coordenador do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica da instituição, professor-doutor Cláudio Lopes de Vasconcelos, destaca que a iniciação dá a base para a produção científica acadêmica. “Ela dá volume à pesquisa. Os professores estão mais próximos dos alunos permitindo a eles uma formação mais completa”, avalia.

A instituição ainda atua fora dos seus muros atraindo jovens talentos do ensino médio da rede pública de ensino para a iniciação científica. “Os alunos recebem bolsas e são orientados por professores da universidade para que desenvolvam seu potencial de pesquisador desde cedo e quando chegar à universidade desenvolvam suas habilidades e potencialidades naquela área do conhecimento que ele melhor se enquadra”, destaca Cláudio Lopes.

Fonte: Jornal Gazeta do Oeste