segunda-feira, 18 de novembro de 2013

POLÍTICA: "O tempo mostrará quem agiu de forma correta", diz Ricardo Motta

Ricardo Motta encara o PROS com o otimismo Ricardo Motta encara o PROS com o otimismoO presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Motta (PROS), concedeu entrevista ao O Mossoroense em que analisou o quadro político no Rio Grande do Norte e falou sobre o afastamento político da governadora Rosalba Ciarlini (DEM).
O Mossoroense: O senhor iria para o PP, mas acabou assumindo o PROS após uma manobra do deputado Betinho Rosado. A mudança de rumo foi boa para o senhor?
Ricardo Motta: Considero o fato superado. Claro que as circunstâncias foram desagradáveis, mas penso para frente. Não há um mal que não traga um bem. O caminho que se abriu se revelou muito mais consistente e promissor para todo o nosso grupo.

OM: Como o senhor recebeu essa atitude de Betinho de atrapalhar sua migração para o PP?
RM: Como já afirmei, não adianta mais ficar remoendo episódios ruins. O tempo mostrará quem agiu de forma correta.

OM: Isso influencia as suas relações com a governadora Rosalba Ciarlini?
RM: Não quero misturar questões políticas com a relação institucional entre a Assembleia Legislativa e o Executivo. A Assembleia Legislativa tem sido parceira do Rio Grande do Norte independentemente do posicionamento político ou individual de cada um dos 24 senhores deputados.

OM: Enquanto presidente da Assembleia, como o senhor analisa a relação da governadora com os três poderes?
RM: Desde o início do Governo e a história está aí para provar, fizemos tudo para manter um relacionamento harmonioso entre os poderes. Mas não posso deixar de reconhecer a dificuldade de diálogo com o Executivo. Tanto é assim, que a Assembleia tem sido o fórum de discussões inerentes ao Governo. Somos procurados por sindicatos, representantes das classes produtoras e dos demais poderes para assumir essa interlocução.

OM: Durante esses quase três anos de Governo Rosalba, o senhor foi considerado o principal intermediário dela com a Assembleia. De fato houve esse empenho de sua parte?
RM: Claro. Tento conciliar, acredito no debate, no diálogo e na solução que atenda a todos. Por isso, não me neguei a buscar de forma incessante o entendimento. Desde que assumi a presidência da Assembleia Legislativa.

OM: Na sua opinião, que fatores levaram a governadora a ver a base dela ruir?
RM: Prefiro resumir tudo à falta de abertura para o diálogo por parte do Governo.
OM: Na Casa tramita um pedido de impeachment contra a governadora. O senhor é a favor disso?
RM: Na condição de presidente da Casa, não vou emitir qualquer opinião, até em respeito aos deputados da Comissão de Constituição e Justiça, onde o pedido está tramitando. Portanto, não irei fazer qualquer juízo de valor sem que haja um parecer oficial da CCJ.

OM: O senhor tem conhecimento de algum pedido de CPI para ser protocolado na Assembleia para investigar o Governo?
RM: Informalmente algumas pessoas têm citado o assunto, mas nada foi protocolado.

OM: Com relação às eleições do ano que vem. O seu nome chegou a ser lançado para o Governo do Estado em Assú. O senhor tem pretensão de disputar a majoritária?
RM: Agradeço a menção ao meu nome, é uma honra, sem dúvida, mas meu plano para as eleições do ano que vem é claro: pretendo renovar meu mandato de deputado estadual.

OM: O senhor deixou transparecer que estará ao lado do PMDB nas eleições. Quem é o melhor nome do partido para o Governo na sua opinião?
RM: O momento não é de discutir nomes e também cabe ao PMDB, com base nos excelentes quadros de que dispõe, debater o nome a ser lançado. No caso do PROS, nosso ponto de convergência é estar ao lado de quem apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff.

OM: Esse agrupamento que gira em torno do PMDB pode ter Fátima Bezerra ou Wilma de Faria candidatas ao Senado. Qual dos dois nomes o senhor teria mais dificuldade de apoiar?
RM: A política, para mim, sempre será agregar e unir. Não tenho nada contra qualquer desses nomes apontados, as duas têm seus méritos e serviços prestados ao Rio Grande do Norte. Mas, repito: ainda não é hora de fechar chapas.

OM: Quais as metas para o PROS potiguar nas eleições do próximo ano?
RM: O PROS nasceu forte. Temos a maior bancada na Assembleia Legislativa. Tivemos a satisfação de filiar a maior bancada de vereadores em Natal, Assú e Macaíba, só para citar três municípios e também valorosos companheiros em Mossoró, como Genivan Vale e Heró Silva. Vamos lutar em 2014 para eleger um deputado federal e ampliar nossa bancada na Assembleia Legislativa. Quero deixar bem claro: o PROS terá papel fundamental nas eleições do próximo ano.

OM: Em Mossoró, o PROS tem dois vereadores. Genivan Vale é oposição e Heró Silva é aliado da prefeita Cláudia Regina. Qual a orientação para eles?
RM: Muito em breve, conversaremos com os vereadores para definir nossa posição. Mas, de antemão, o PROS jamais ficará contra os interesses da população de Mossoró, a exemplo do que faz em todo o Estado.

OM: Como o senhor avalia a atual legislatura da Assembleia Legislativa?
RM: Com muita satisfação. Nosso mandato tem marcas que já estão na história. A maior delas, sem sombra de dúvidas, é o concurso público, o primeiro em 178 anos de existência do Poder Legislativo do Rio Grande do Norte. O concurso é uma antiga reivindicação da sociedade atendida pela Casa. Temos programas de inclusão social, como o da contratação de pessoas com síndrome de Down, pioneiro e exemplo para todo o país, o Recomeçar, que é requalificação de pessoas da terceira idade, o Assembleia na Copa, cursos para trabalhadores do ramo do turismo, o Procon da Assembleia, que tem batido recordes e recordes de atendimentos e conciliações, superando todas as expectativas e campanhas institucionais de interesse geral, como a do combate às drogas.

OM: Que marca o senhor quer deixar ao encerrar o mandato de presidente da mesa diretora?
RM: Citei várias marcas. Que se confundem na palavra e na ação do trabalho. Quem me conhece, sabe do meu estilo discreto e tem certeza de que maior do qualquer marca pessoal, minha satisfação é ver o resultado coletivo desses projetos e a transformação que eles proporcionam aos beneficiados. O importante é que conto com o apoio de todos os meus colegas, de cada servidor. Ninguém faz nada sozinho. A Assembleia é a Casa do Povo. O importante é que o povo esteja próximo e integrado ao seu poder.
Bruno Barreto
Editor de Política
Fonte: Jornal O Mossoroense

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