sábado, 8 de junho de 2013

BRASIL: Novo Plano Safra não soluciona o problema dos 80% das famílias endividadas.


Por Iris Pacheco

 

Da Página do MST

Nesta quinta-feira (6), o governo federal lançou o Plano Safra da Agricultura Familiar para 2013/14, ao anunciar os R$ 21 bilhões que os agricultores familiares terão parafinanciar a próxima safra. O valor é 16,6% maior que o destinado ao setor no ano passado, de R$ 18 bilhões.

Embora tenha aumentado em 16,6% o limite de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), a política se mostra defasada, ao não beneficiar os assentados e assentadas da Reforma Agrária. Atualmente 80% deles estão endividados, e as medidas paliativas tomadas pelo governo até então, não solucionou a questão.

De acordo com Milton Fornazieri, do setor de produção do MST, o Pronaf já deu provas o suficiente para mostrar que não é a política de crédito ideal ao público da Reforma Agrária, ao não se adequar a realidade dos assentamentos.

“Mesmo que se aumente o valor dos recursos disponíveis para o Pronaf, as famílias estão endividadas e não podem adquirir novo crédito até que se solucione essa questão. Isso possibilita apenas que parte das famílias tenham acesso a crédito, fazendo com que o número de contratos caiam vertiginosamente”, explica Milton.

Durante o período de luta permanente pela Reforma Agrária, os movimentos sociais haviam pautado a necessidade de o governo criar um novo programa de crédito que beneficiasse a Reforma Agrária, compromisso assumido pelo governo.

Porém Milton questiona que “no maior evento da agricultura familiar, nada foi mencionado sobre este ponto. Além disso, em nenhum momento foi feita menção de que posteriormente esse programa será anunciado”.

Segundo ele, havia uma expectativa muito grande, não somente dos movimentos sociais do campo, como também, de alguns servidores do governo, de que nesse dia seria anunciada a nova política de crédito para Reforma Agrária.

O plano reservará uma fatia maior de recursos para os programas voltados à produção de alimentos no Brasil. Ao todo, serão aplicados R$ 39 bilhões no conjunto de medidas para o setor, acima dos R$ 22 bilhões do ano passado. Atualmente, 70% daquilo que chega à mesa do brasileiro provêm da atividade familiar no campo. O setor responde por 33% da renda bruta produzida no Brasil (PIB).

 

Fonte: Blog Notícias do Campo

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