sexta-feira, 21 de junho de 2013

MOSSORÓ: Dificuldades dos agricultores continuam com a seca


Zona rural sofre com dois anos de escassez de chuvas

As chuvas que caíram e estão caindo na região ainda não são suficientes para alegrar o homem do campo. Agricultores de diversas comunidades rurais que têm acesso bastante limitado à água estão se mantendo apenas através das linhas de créditos emergenciais e programas sociais.

“É uma situação muito delicada. As pessoas que não têm emprego fixo estão paradas, não tem o que plantar, o que colher. A única fonte de renda é quem tem aposentadoria rural, Garantia Safra (que não é todo mundo que recebe) e o Bolsa Família”, informa o presidente do Sindicato da Lavoura de Mossoró, Francisco Gomes.

Se as dificuldades são comuns em comunidades que dispõe de água e tem plantação irrigada, nas outras que o líquido é escasso, os problemas são ainda maiores. “Quem tem plantação irrigada está um pouco bem, mas quem não tem, como é o caso da comunidade Cordão de Sombra e Maracanaú estão sofrendo muito. Tinha pessoas que estavam tirando lenha para vender para padarias e o Ibama correndo atrás – o que está certo, pois a natureza tem que ser preservada e é contra a lei e lei não se discute. Acontece também que a pessoa não vai deixar os filhos morrerem de fome. É complicado”, exemplifica.

AMENIZAR – Francisco Gomes informa que mais de mil agricultores da região já acessaram o crédito emergencial de até R$ 12 mil que pode ser pago entre quatro e seis anos com juros baixos.

Criado em 2004, o Complexo Maisa, que é o segundo maior assentamento do País, só foi contemplado agora com o benefício. Segundo o presidente do sindicato, 70% dos recursos foram para os moradores daquela localidade. “São cerca de 1.150 agricultores, mas nem todos acessaram ainda. A preocupação da gente é com cerca de 200 deles que são substitutos (chegaram há pouco tempo, um ano, dois ou três) que não estão na Relação de Beneficiários (RB) e não estão aptos. Segundo o Incra, só pode ser liberado para quem tem mais de 10 anos como assentado, mas entendemos que o povo está precisando demais, ainda mais com dois anos seguidos de seca”, explicou Francisco, acrescentando que irá a Natal reivindicar a inclusão dessas pessoas na RB.

POUPAR – O Projeto Um Milhão de Cisternas (P1MC), desenvolvido pela Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), através do Sindicato da Lavoura, em parceria com a Coopervida, empresa que constrói as cisternas, foi retomado. Para este ano estão previstas a construção de 704 unidades e já foi feita a solicitação para serem feitas mais 2.400 no próximo ano.

O cadastramento dos beneficiários já foi feito em diversas comunidades, entre elas Pau Branco, Piquiri, Sussuarana, Chafariz, Santana, Rancho da Caça, Macambira, entre outras.

Em algumas localidades a escavação já começou e, em breve, as placas de concreto serão montadas até que o reservatório ganhe forma e ajude os moradores a guardar as águas das chuvas.

PARCERIA – O Sindicato da Lavoura está montando a programação de uma série de oficinas que serão realidades em comunidades polos. A expectativa é de que a primeira aconteça no próximo mês.

As oficinas são realizadas através da parceria com órgão como Sebrae, Banco do Nordeste, Incra, Previdência Social e outras instituições que lidam direta e indiretamente com o homem do campo.

“A gente vai em uma comunidade polo e passa o dia recebendo as pessoas desses locais. Os órgãos passam informações, tiram dúvidas, explicam sobre os recursos emergenciais, como faz para ter acesso, dando assistência técnica, como tirar empréstimo, como renegociar dívidas e o que cada um está fazendo ou vai fazer para ajudar as comunidades”, detalha Francisco Gomes.
Fonte: Gazeta do Oeste

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