quarta-feira, 24 de julho de 2013

MOSSORÓ: Petroleiros fecham BR-110 e protestam contra crise no setor

Cerca de dois mil petroleiros fecharam na manhã de ontem a BR-110, na altura da comunidade Sussuarana. O protesto contra a crise que o setor petroleiro vem enfrentando durou cerca de quatro horas e o objetivo era chamar a atenção de autoridades e diretores da Companhia que iriam participar do lançamento de projetos para ampliar a produção de petróleo na região. A expectativa era de que a presidente da Petrobras, Graça Foster, fosse participar da solenidade, o que não ocorreu.
Capitaneados pelo Sindicato dos Petroleiros e Petroleiras (SINDIPETRO/RN), os manifestantes fecharam a via por volta das 5 horas da manhã e somente liberaram o fluxo de veículos por volta das 10 horas, após negociação pacífica com a Polícia Rodoviária Federal. Representantes do Sindicato consideraram a adesão dos trabalhadores como muito positiva. “Os trabalhadores vestiram a camisa do nosso movimento por entenderem que as nossas reivindicações são reais e válidas. Não estamos de brincadeira, estamos defendendo o trabalho de centenas de pais e mães de famílias. Pessoas que dependem desses empregos para sobreviver, para sustentar suas famílias. A Petrobras faz parte da história de Mossoró e região, está enraizada, não é justo que agora pessoas queiram tirar a companhia daqui. Isso é beneficiar uma região em detrimento de outra e não é assim que o progresso acontece”, destacou o presidente do Sindipetro-RN, José Araújo.

Os trabalhadores temem que a onda de demissões no setor petroleiro continue na região. A área já soma mais de cinco mil demissões de 2010 até hoje. Para se ter uma ideia, somente de janeiro a junho de 2013 o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários registrou um total de 300 demissões somente no seu setor. As demais áreas também sofrem o mesmo problema. “Acreditamos que um universo de 50 mil pessoas são prejudicadas com essa crise e desde 2010 nós do Sindipetro estamos alertando a todos que a Petrobras está lentamente se afastando de Mossoró e isso começa a ser percebido com os investimentos a longo prazo que cada vez mais estão diminuindo”, revela o presidente do Sindipetro.

José Araújo revela ainda que, além das demissões, o Sindicato recebe denúncia de salários atrasados e de que funcionários estariam trabalhando em condições precárias. Além disso, famílias que vivem em assentamentos de reforma agrária estariam sendo prejudicados pela crise.

Representantes do Sindicato dos Rodoviários e do Movimento Pau de Arara também participaram da mobilização.

Lideranças políticas do Rio Grande do Norte já estiveram reunidas com a presidente da Petrobras, que garantiu que os investimentos no Estado seriam retomados até o fim deste mês.

Já o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Formigli, garantiu que a crise que vem ocorrendo desde o mês de maio foi causada pelo abandono de contrato de duas empresas prestadoras de serviço à Petrobras. “A crise teve como causa esse abandono, mas a Companhia já está mobilizando outros contratos e estamos conseguindo reverter o quadro com a contratação de novos trabalhadores, inclusive com a abertura de um número maior de vagas”, disse o diretor.

Fonte: Jornal Gazeta do Oeste

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