Cerca de dois mil petroleiros fecharam na manhã de ontem a BR-110, na
altura da comunidade Sussuarana. O protesto contra a crise que o setor
petroleiro vem enfrentando durou cerca de quatro horas e o objetivo era
chamar a atenção de autoridades e diretores da Companhia que iriam
participar do lançamento de projetos para ampliar a produção de petróleo
na região. A expectativa era de que a presidente da Petrobras, Graça
Foster, fosse participar da solenidade, o que não ocorreu.
Capitaneados pelo Sindicato dos Petroleiros e Petroleiras
(SINDIPETRO/RN), os manifestantes fecharam a via por volta das 5 horas
da manhã e somente liberaram o fluxo de veículos por volta das 10 horas,
após negociação pacífica com a Polícia Rodoviária Federal.
Representantes do Sindicato consideraram a adesão dos trabalhadores como
muito positiva. “Os trabalhadores vestiram a camisa do nosso movimento
por entenderem que as nossas reivindicações são reais e válidas. Não
estamos de brincadeira, estamos defendendo o trabalho de centenas de
pais e mães de famílias. Pessoas que dependem desses empregos para
sobreviver, para sustentar suas famílias. A Petrobras faz parte da
história de Mossoró e região, está enraizada, não é justo que agora
pessoas queiram tirar a companhia daqui. Isso é beneficiar uma região em
detrimento de outra e não é assim que o progresso acontece”, destacou o
presidente do Sindipetro-RN, José Araújo.
Os trabalhadores temem que a onda de demissões no setor petroleiro
continue na região. A área já soma mais de cinco mil demissões de 2010
até hoje. Para se ter uma ideia, somente de janeiro a junho de 2013 o
Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários registrou um total de 300
demissões somente no seu setor. As demais áreas também sofrem o mesmo
problema. “Acreditamos que um universo de 50 mil pessoas são
prejudicadas com essa crise e desde 2010 nós do Sindipetro estamos
alertando a todos que a Petrobras está lentamente se afastando de
Mossoró e isso começa a ser percebido com os investimentos a longo prazo
que cada vez mais estão diminuindo”, revela o presidente do Sindipetro.
José Araújo revela ainda que, além das demissões, o Sindicato recebe
denúncia de salários atrasados e de que funcionários estariam
trabalhando em condições precárias. Além disso, famílias que vivem em
assentamentos de reforma agrária estariam sendo prejudicados pela crise.
Representantes do Sindicato dos Rodoviários e do Movimento Pau de Arara também participaram da mobilização.
Lideranças políticas do Rio Grande do Norte já estiveram reunidas com
a presidente da Petrobras, que garantiu que os investimentos no Estado
seriam retomados até o fim deste mês.
Já o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Formigli,
garantiu que a crise que vem ocorrendo desde o mês de maio foi causada
pelo abandono de contrato de duas empresas prestadoras de serviço à
Petrobras. “A crise teve como causa esse abandono, mas a Companhia já
está mobilizando outros contratos e estamos conseguindo reverter o
quadro com a contratação de novos trabalhadores, inclusive com a
abertura de um número maior de vagas”, disse o diretor.
Fonte: Jornal Gazeta do Oeste
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