domingo, 25 de agosto de 2013

MOSSORÓ: Falta de estrutura prejudica escolas

Falta de quadra poliesportiva, laboratórios de Ciências ou Informática, problemas nas instalações elétrica e hidráulica, goteiras e até salas sem portas, iluminação ou mesmo quadro branco. Esse é o cenário onde professores e alunos da Escola Estadual Francisco Antônio de Medeiros exercem, diariamente, suas atividades pedagógicas.
Caic do Abolição IV apresenta problemas em sua estrutura

A instituição de ensino fica localizada no bairro Belo Horizonte e a realidade apresentada não é nova. O local sedia turmas do sexto ano do ensino fundamental ao terceiro ano do ensino médio. Ao todo, 354 alunos estudam no local. Pela manhã funciona o programa Mais Educação, direcionado aos alunos do vespertino. À tarde a escola conta com turmas dos ensinos fundamental e médio e no período noturno as aulas são direcionadas aos alunos do ensino médio.

Os problemas estruturais estão presentes nos mais diferentes setores. No banheiro feminino falta descarga e iluminação. “O bom aqui é que é seca direto, porque quando chove, até as paredes dão choque”, afirma a coordenadora pedagógica, Maria do Carmo Lucas Pires.

A escola também não conta com espaço apropriado para atividades culturais. Programações com esse caráter são desenvolvidas no alpendre da instituição e o horário da apresentação é definido pelo sol. “Tem que escolher um horário que não tenha sol”, informa a coordenadora.

Já as atividades físicas são realizadas em um campo da comunidade, que fica por trás do prédio escolar, porque o campo da instituição está coberto pelo mato e, desse modo, não oferece condições para a prática esportiva. A limpeza era feita por funcionários de uma empresa terceirizada. Mas agora apenas uma zeladora e uma merendeira continuam prestando serviço à escola.

À medida que o mato cresce, os funcionários da instituição temem, pois já houve ocasiões em que atearam fogo no mato.

Aliás, o vandalismo também preocupa. Algumas das salas de aula já nem contam com lâmpadas e quadros brancos. Esses últimos foram arrancados das paredes. Como não há segurança, não é possível afirmar se atos de vandalismo como esse, que contribuem para a desestruturação do patrimônio, foram praticados por alunos ou por pessoas que não fazem parte da instituição. “Também não tem porta”, aponta a coordenadora pedagógica, com relação a algumas salas de aula.

“Já roubaram caixa de som, computador. A gente faz o BO só para constar”, acrescenta.

Fundada em 1965 a instituição vive uma situação de regressão. “Essa escola já foi uma escola de nome. Eu já estudei aqui”, diz a coordenadora pedagógica. Há mais de duas décadas ela trabalha no colégio. “Vai fazer 27 anos, eu quero dizer que toda a minha vida que eu trabalho aqui o pior ano está sendo esse, porque é muito vandalismo”, denúncia.

O diretor já pediu providências quanto à insegurança e foi informado de que a segurança seria providenciada. Até agora, no entanto, nenhuma providência se concretizou.

Os problemas já foram informados à 12ª Diretoria Regional de Educação e Desportos (12ª DIRED). “Já foram comunicados”, diz Maria do Carmo. Com relação ao posicionamento, diante do comunicado, ela acrescenta: “Anota. Papel cabe tudo. Anota e a gente fica esperando”, informa.

Com relação aos investimentos, a coordenadora afirma: “Tem, agora que é muito pouco”. “Olhe, faz muitos anos que não tem uma reforma. Faz uns dez anos e faz uns três que diz que vai vir dinheiro para fazer uma reforma e não vem”, relata.

Alguns reparos realizados na Escola Estadual Francisco Antônio de Medeiros foram feitos por iniciativa da própria direção, com verbas do Governo Federal.

Porém, diante de todo esse quadro, o principal problema, no ponto de vista da coordenadora, é a falta de professores e funcionários. Situação que se agrava com a redução da carga horária dos docentes. 

De acordo com Maria do Carmo, com a redução da carga horária, como ainda não foram direcionados novos professores para a instituição, os profissionais existentes na instituição não são suficientes para preencher todo o tempo de aulas. “Se diminuiu, já era para ter chamado os professores”, afirma Maria do Carmo.

Problema atinge várias instituições de ensino de Mossoró

Outras instituições de ensino da rede estadual de Mossoró também enfrentam problemas estruturais, como é o caso do Caic do Belo Horizonte. Paralisadas desde o mês de setembro de 2012, segundo informações da diretoria da escola em entrevista anterior, concedida à Gazeta do Oeste, a reforma do local ainda não foi retomada. O prédio, interditado em setembro de 2010, é mais um exemplo do abandono.

Os alunos assistem aulas no prédio do Ambulatório Pereira Lima, emprestado à instituição. Mas as condições a que estudantes e professores são submetidos não são melhores do que as condições do Caic. O espaço é pequeno e inadequado para as necessidades de aprendizado.

Mesmo assim, as obras estão paralisadas. A caixa d’água, um dos principais problemas apontados durante vistoria do Corpo de Bombeiros, nem sequer foi tocada.

A comunidade já se manifestou, várias vezes, cobrando soluções, mas até agora a situação não foi resolvida. Vários prazos foram estipulados para a retomada das obras que devem concluir a reforma. O último deles, inclusive, também expirou.

O Caic do Abolição IV também apresenta problemas estruturais. Criado na década de 1990, a escola que conta com 653 alunos do primeiro ano do ensino fundamental ao terceiro ano do ensino médio nunca passou por uma reforma. “Nunca recebeu nenhuma reforma, do Governo do Estado não”, afirma a diretora Suzete Fernandes Pimenta.

Segundo ela, a única providenciada adotada é a pintura de salas e corredores, além da manutenção da parte elétrica, que está sendo feita por iniciativa da direção, com recursos do Governo Federal.

Ela explica que o Governo Federal destina verbas para custeio e manutenção e a gestão escolar vai adequando a utilização dessas verbas de acordo com a necessidade da instituição, da forma que é possível.

De acordo com Suzete Fernandes Pimenta, a principal necessidade do Caic do Abolição IV é de professores, demanda que já existia antes da redução da carga horária e que se agravou posteriormente, e ainda em relação à própria estrutura física, principalmente, no que diz respeito às portas.

A diretora também já expôs à situação à Dired e a resposta, segundo ela, é: “Aguarde”, afirma.

Já a Escola Estadual Diran Ramos do Amaral apresenta condições estruturais bem melhores. A supervisora do colégio, Edione Xaxá, diz que a estrutura não apresenta problemas e que recebeu computadores para a montagem do laboratório de informática. Segundo ela, quase tudo já está encaminhado para o uso dos equipamentos, como sala, computadores e internet. Resta apenas desocupar o espaço.

Mas a instituição não é isenta de problemas. Aqui, também faltam docentes suficientes, assim como ocorre na Escola Estadual Francisco Antônio de Medeiros. A supervisora afirma que alguns professores convocados no último concurso foram direcionados à escola, mas ainda há necessidade. Ela estima que mais cinco docentes resolveriam o problema.

Subsecretário de Construção e Manutenção Escolar do Estado informa prazos para obras

De acordo com o subsecretário de Construção e Manutenção Escolar da Secretaria de Educação, Clécio Martins, durante o ano o órgão está tentando realizar a manutenção das escolas de Mossoró, com a realização de pequenos serviços.

Segundo ele, um engenheiro da Secretaria está ligado à 12ª Dired e já tem vários levantamentos, mas algumas escolas precisam de mais serviços, como é o caso do Caic do Belo Horizonte, e das Escolas 
Estaduais Cônego Dantas e Lavoisier Maia, que apresentam problemas em suas estruturas.

Clécio Martins afirma que as obras do Caic devem ser retomadas em setembro. Quanto às outras duas instituições citadas por ele, o subsecretário afirma que será realizada uma licitação emergencial e que a estimativa é de que as obras sejam iniciadas também em setembro.

No que diz respeito à situação da Escola Estadual Francisco Antônio de Medeiros, ele afirma que o orçamento para recuperação e reforma do prédio está estimado em R$ 650 mil e inclui recuperação elétrica e recuperação hidrossanitária, cobertura, esquadrias e modificação da fachada. A Secretaria está tentando incluir as obras no orçamento do PAC, que está sendo fechado no dia 31 deste mês. Caso não haja resposta até o mês de outubro, as obras devem ser incluídas no orçamento da Secretaria.

Em qualquer das hipóteses, a reforma só deve ser iniciada no próximo ano.

Também está previsto para o próximo ano, segundo ele, a reforma da Escola 30 de Setembro. Com relação ao Caic do Abolição, o subsecretário afirma que o orçamento já foi levantado, mas o assunto ainda não foi discutido com a secretária de Educação.

Fonte: Jornal Gazeta do Oeste

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