quinta-feira, 17 de outubro de 2013

ESTADO: Projeto do Dnocs impede fluxo do rio Apodi/Mossoró

Dulcican Fernandes
Rio Apodi/Mossoró está seco em diversos pontos que eram perenes antes da obstrução
A seca que vem castigando o semiárido nordestino começa a deixar a população do município de Felipe Guerra assustada com o leito do Rio Apodi/Mossoró, em praticamente em toda sua extensão no território do município, que é de cerca de 30km, está quase sem água. No leito do rio – que mesmo com as secas mais prolongadas, ainda não tinha ficado sem água corrente – hoje o que podem ser vistas são apenas pequenas poças de água, o que já começa a gerar prejuízos aos setores produtivo e ambiental.

Diante desse novo fenômeno, o prefeito de Felipe Guerra, Haroldo Ferreira, determinou que uma equipe técnica da Coordenadoria de Recursos Hídricos da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente pesquisasse a causa da seca do leito do rio.

De acordo com o resultado da avaliação, a obra do Perímetro Irrigado na Chapada do Apodi, de responsabilidade do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), que inclui no momento uma parede de contenção, está represando a água e impedindo que o rio se mantivesse perene.   

O secretário de gabinete civil da prefeitura, Luiz Agnaldo de Souza, disse que manteve contato com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH), e a coordenadora de operações da Semarh, Gorete Pereira, afirmou que a secretaria não foi informada sobre a interrupção do curso da água. “Ela disse que a secretaria não tem conhecimento da interrupção do curso da água no leito do Rio Apodi/Mossoró, a altura de Felipe Guerra”, revela o secretário.
Gorete Pereira teria solicitado ainda que a administração municipal enviasse um documento oficializando a situação à Semarh e ao mesmo tempo requerendo uma vistoria em toda a extensão do Rio Apodi/Mossoró em Felipe Guerra.
Agricultura e piscicultura estão prejudicadas

Duas consistentes bases econômicas do município de Felipe Guerra e que dependem da regularidade da água corrente no leito do rio – que são a agricultura e a piscicultura  – estão sofrendo um considerável declínio em suas produções.

Vários produtores e praticantes destas duas culturas procuraram o prefeito Haroldo Ferreira antes de sua viagem à Brasília, para que ele fosse o intermediário junto aos órgãos competentes na solução deste problema de falta de água no leito do rio, em consequência dessa ação promovida pelo Dnocs.

Segundo os denunciantes que procuraram o prefeito, até mesmo da comunidade rural do Brejo, que produz arroz e outras culturas de subsistência, que precisam de terras úmidas, estão com suas áreas de produção comprometidas.

Com a seca se mantendo e aumentando a demanda de carros-pipa retirando água de onde ainda resta, em pouco tempo a situação será de colapso.

“Não estamos querendo ficar contra a obra de grande importância para todo o Vale do Apodi. O que estamos querendo é buscar uma forma de garantir a sustentabilidade dos agricultores e piscicultores de Felipe Guerra”, esclareceu o prefeito Haroldo Ferreira, antes de viajar para Brasília.
Fonte: Jornal de Fato

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