O novo Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil, feito pelo Programadas
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em parceria com o Ipea e a
Fundação João Pinheiro (FJP), apresenta novidades positivas no Rio
Grande do Norte. Com mais de 180 indicadores de população, educação,
habitação, saúde, trabalho, renda e vulnerabilidade o Atlas 2013 foi elaborado
com base nos Censos de 1991, 2000 e 2010 e apresenta o Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de todos os 167 municípios potiguares,
além da lista completa dos municípios brasileiros.
O Rio Grande do Norte abriga a 16ª posição no índice de
Desenvolvimento Humano com o resultado 0.684 e classificado como médio na faixa
de desenvolvimento. No IDHM Renda, o Estado tem a média 0.678. No item
Longevidade, o resultado é de 0.792 ficando na 18ª posição nacional, e por fim
no item
Educação o RN apresenta resultado de 0.597, permanecendo na
16ª posição nacional.
Das 167 cidades do Rio Grande do Norte, apenas quatro,
Parnamirim, Natal, Mossoró e Caicó possuem Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
considerado ‘alto’, respectivamente. Ainda segundo o levantamento, 93
municípios obtiveram resultado considerado ‘médio’ e 70 ‘baixo’. Os últimos
colocados no ranking foram São Bento do Norte, Lagoa de Pedras, Ielmo Marinho,
Parazinho e por último João Dias, respectivamente.
Um dos resultados positivos apresentados pelo RN
foi o indicador Educação, que em 1991 apresentou a média 0.242, 0.396 em 2000 e
em 2010 o resultado foi de 0.597. Enquanto que as médias brasileiras foram
0.279, 0.456 e 0.637 respectivamente. Com esses resultados o RN passou de
resultado considerado ‘muito baixo’ para ‘médio’, acompanhando o crescimento
nacional no mesmo subitem. Na Região Nordeste, o RN ocupa a segunda
colocação do indicador, ficando atrás apenas do Ceará. O professor mestre Otoniel
Fernandes, do Departamento de Geografia da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte (UERN), acredita que esse resultado é um reflexo
das políticas públicas relacionadas ao cumprimento de metas de melhorias,
principalmente na Educação Básica do Estado, com o crescimento do número de
alunos matriculados, fato que vem permitindo ao RN destaque no Ideb, por
exemplo. O professor ressalta também como impulsionador do indicador a
ampliação do ensino superior com a abertura de novas universidades, novos
cursos e consequentemente o crescimento de vagas universitárias. No entanto,
ele alerta para o fato de que mudanças de gestões podem ocasionar atrasos no
desenvolvimento. “Interesses políticos também podem influenciar e o que vem
dando resultados positivos pode, caso haja mudança partidária, por exemplo,
ocorrer um desinteresse no item. Ao contrário, caso essas políticas sejam
mantidas e reforçadas com a ampliação do número de professores e de escolas, e,
principalmente, na qualidade do ensino, esse crescimento é esperado”, revela.
O professor alerta ainda o fato de que mesmo o indicador
Renda tendo mostrado um crescimento no Estado, ele revela também a desigualdade
social. “Esse índice revela o que infelizmente nós já sabemos na prática que é
a má distribuição da renda, a concentração num pequeno número da população.
Esse item seria diferente caso houvesse uma redistribuição dessa renda”,
afirma.
O índice considera indicadores de longevidade (saúde), renda
e educação. É a terceira vez que o órgão da ONU realiza o levantamento sobre a
situação nos municípios do País – outras duas edições da pesquisa foram divulgadas
em 1998 e 2003. O IDH dos municípios vai de 0 a 1: quanto mais próximo de zero,
pior o desenvolvimento humano; quanto mais próximo de um, melhor. No atlas de
2013, o IDH foi calculado com base nos dados do censo demográfico de 2010 do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No atlas de 2003, as
informações são as do censo de 2000, e, para 1998, a base de dados foi a de
1991. No entanto, neste ano, o Pnud mudou os critérios de aferição do índice, e
atualizou os dados dessas duas pesquisas anteriores com base nesses novos
critérios.
Nenhuma cidade do Estado entrou no grupo de IDH ‘muito alto’,
para cidades com índices entre 0,8 e 0,899. As quatro cidades com maiores IDHs
do Rio Grande do Norte passaram de médio para alto desenvolvimento humano em
dez anos, entre 2000 e 2010. Em Parnamirim, cidade da Grande Natal, o IDH ficou
em 0,766. O município é o 274º no ranking nacional, liderado por São Caetano do
Sul (SP). O diferencial de Parnamirim foi a educação, indicador no qual a cidade
superou Natal, que tinha o melhor IDH no último Atlas. A capital potiguar teve
um índice de 0,763 e ocupa na 320ª colocação entre as 5.565 cidades do Brasil.
O ATLAS
O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013 é uma
plataforma de consulta ao Índice de Desenvolvimento
Humano Municipal – IDHM – de 5.565 municípios brasileiros, e a mais
de 180 indicadores de população, educação, habitação, saúde, trabalho, renda e
vulnerabilidade, com dados extraídos dos Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010.
Concebido como uma ferramenta simples e amigável de disponibilização de
informações, o Atlas Brasil 2013 facilita o manuseio de dados e estimula
análises. A ferramenta oferece um panorama do desenvolvimento humano dos
municípios e a desigualdade entre eles em vários aspectos do bem-estar.
Fonte: Jornal Gazeta do Oeste
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