sexta-feira, 2 de agosto de 2013

CIDADES DO ESTADO: Educação acompanha crescimento nacional

O novo Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil, feito pelo Programadas Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em parceria com o Ipea e a Fundação João Pinheiro (FJP), apresenta novidades positivas no Rio Grande do Norte. Com mais de 180 indicadores de população, educação, habitação, saúde, trabalho, renda e vulnerabilidade o Atlas 2013 foi elaborado com base nos Censos de 1991, 2000 e 2010 e apresenta o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de todos os 167 municípios potiguares, além da lista completa dos municípios brasileiros.


O Rio Grande do Norte abriga a 16ª posição no índice de Desenvolvimento Humano com o resultado 0.684 e classificado como médio na faixa de desenvolvimento. No IDHM Renda, o Estado tem a média 0.678. No item Longevidade, o resultado é de 0.792 ficando na 18ª posição nacional, e por fim no item 
Educação o RN apresenta resultado de 0.597, permanecendo na 16ª posição nacional.

Das 167 cidades do Rio Grande do Norte, apenas quatro, Parnamirim, Natal, Mossoró e Caicó possuem Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) considerado ‘alto’, respectivamente. Ainda segundo o levantamento, 93 municípios obtiveram resultado considerado ‘médio’ e 70 ‘baixo’. Os últimos colocados no ranking foram São Bento do Norte, Lagoa de Pedras, Ielmo Marinho, Parazinho e por último João Dias, respectivamente.

Um dos resultados positivos apresentados pelo RN foi o indicador Educação, que em 1991 apresentou a média 0.242, 0.396 em 2000 e em 2010 o resultado foi de 0.597. Enquanto que as médias brasileiras foram 0.279, 0.456 e 0.637 respectivamente. Com esses resultados o RN passou de resultado considerado ‘muito baixo’ para ‘médio’, acompanhando o crescimento nacional no mesmo subitem.  Na Região Nordeste, o RN ocupa a segunda colocação do indicador, ficando atrás apenas do Ceará. O professor mestre Otoniel Fernandes, do Departamento de Geografia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), acredita que esse resultado é um reflexo das políticas públicas relacionadas ao cumprimento de metas de melhorias, principalmente na Educação Básica do Estado, com o crescimento do número de alunos matriculados, fato que vem permitindo ao RN destaque no Ideb, por exemplo. O professor ressalta também como impulsionador do indicador a ampliação do ensino superior com a abertura de novas universidades, novos cursos e consequentemente o crescimento de vagas universitárias. No entanto, ele alerta para o fato de que mudanças de gestões podem ocasionar atrasos no desenvolvimento. “Interesses políticos também podem influenciar e o que vem dando resultados positivos pode, caso haja mudança partidária, por exemplo, ocorrer um desinteresse no item. Ao contrário, caso essas políticas sejam mantidas e reforçadas com a ampliação do número de professores e de escolas, e, principalmente, na qualidade do ensino, esse crescimento é esperado”, revela.

O professor alerta ainda o fato de que mesmo o indicador Renda tendo mostrado um crescimento no Estado, ele revela também a desigualdade social. “Esse índice revela o que infelizmente nós já sabemos na prática que é a má distribuição da renda, a concentração num pequeno número da população. Esse item seria diferente caso houvesse uma redistribuição dessa renda”, afirma.

O índice considera indicadores de longevidade (saúde), renda e educação. É a terceira vez que o órgão da ONU realiza o levantamento sobre a situação nos municípios do País – outras duas edições da pesquisa foram divulgadas em 1998 e 2003. O IDH dos municípios vai de 0 a 1: quanto mais próximo de zero, pior o desenvolvimento humano; quanto mais próximo de um, melhor. No atlas de 2013, o IDH foi calculado com base nos dados do censo demográfico de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No atlas de 2003, as informações são as do censo de 2000, e, para 1998, a base de dados foi a de 1991. No entanto, neste ano, o Pnud mudou os critérios de aferição do índice, e atualizou os dados dessas duas pesquisas anteriores com base nesses novos critérios.

Nenhuma cidade do Estado entrou no grupo de IDH ‘muito alto’, para cidades com índices entre 0,8 e 0,899. As quatro cidades com maiores IDHs do Rio Grande do Norte passaram de médio para alto desenvolvimento humano em dez anos, entre 2000 e 2010. Em Parnamirim, cidade da Grande Natal, o IDH ficou em 0,766. O município é o 274º no ranking nacional, liderado por São Caetano do Sul (SP). O diferencial de Parnamirim foi a educação, indicador no qual a cidade superou Natal, que tinha o melhor IDH no último Atlas. A capital potiguar teve um índice de 0,763 e ocupa na 320ª colocação entre as 5.565 cidades do Brasil.

O ATLAS

O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013 é uma plataforma de consulta ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDHM – de 5.565 municípios brasileiros, e a mais de 180 indicadores de população, educação, habitação, saúde, trabalho, renda e vulnerabilidade, com dados extraídos dos Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010. Concebido como uma ferramenta simples e amigável de disponibilização de informações, o Atlas Brasil 2013 facilita o manuseio de dados e estimula análises. A ferramenta oferece um panorama do desenvolvimento humano dos municípios e a desigualdade entre eles em vários aspectos do bem-estar.

Fonte: Jornal Gazeta do Oeste

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