segunda-feira, 26 de agosto de 2013

POLÍTICA DO ESTADO: Desastre de Rosalba não fortalece ninguém à sucessão ao governo

Pesquisa mostra que eleitor está sem perspectiva diante de catástrofe e mesmice de nomes para 2014
“Ali tudo foi, nada é. Não se conjugam verbos no presente. Tudo é pretérito”.” (Monteiro Lobato)
A pesquisa Band TV/Instituto Consult, divulgada sexta-feira (23 de agosto de 2012), com projeções ao Governo do Estado, Senado, avaliação da gestão Rosalba Ciarlini  (DEM) e outros ítens, criou uma atmosfera de ânimo e até forte entusiasmo entre militantes/admiradores da ex-governadora Wilma de Faria (PSB). Melhor dosar o chilique. Cabe moderação.
                      Wilma e Rosalba: frente e verso no pretérito (Foto: Blog Robson Pires)
Projetá-la como favorita, hoje, numa hipotética disputa ao Governo do Estado em outubro de 2014 (menos de um ano e meses meses do pleito), é extremamente precipitado. A leitura apurada dos números, sem passionalismo, expressa outra realidade.
Nas simulações feitas pelo Instituto Consult, Wilma ganharia de Garibaldi Filho (PMDB), Henrique Alves (PMDB), Carlos Eduardo Alves (PDT), Robinson Faria (PSD) e a própria Rosalba Ciarlini (o que não chega a ser qualquer mérito).
Mesmo assim, só cravou 30,41% de intenções de voto (veja postagem AQUI).
No cenário dos 1.700 entrevistados, 18,82% afirmaram que não votariam em nenhum dos candidatos e 14,41% ainda não decidiram o candidato para as eleições de 2014. Ou seja, a maioria, não quer Wilma ou qualquer um dos citados. Representam 33,23% dos ouvidos.
Quando era pré-candidata a governador, com o Governo Wilma de Faria bem menos desgastado que o seu, em agosto de 2009, Rosalba Ciarlini chegou a ostentar 40% de predileção do eleitor potiguar, em sondagem do Ibope, divulgada pela InterTV Cabugi. Números apresentados no dia 14 de agosto de 2009 (veja boxe abaixo).
Pesquisa Governo (Estimulada) Ibope/InterTV Cabugi, 14 de agosto de 2009:
Carlos Eduardo Alves (PDT) – 13%
Robinson Faria (PMN) – 11%
Iberê Ferreira de Souza (PSB) – 9%
João Maia (PR) – 8%
Rosalba Ciarlini (DEM) – 40%
Branco/Nulo – 14%
Não sabe/Não respondeu – 5%
A realidade de hoje, que se assemelha no aspecto temporal ao vivido por Rosalba, revela que a ex-governadora Wilma tem potencial bem inferior, sobretudo se for levado em conta que a governante de agora, Rosalba Ciarlini, está no incrível patamar de 83,45% de reprovação de  governo.
Na prática, Wilma não ocupa o vácuo decorrente da decepção ostensiva do povo potiguar em relação à “Rosa”.
Situação muito pior é a do vice-governador dissidente Robinson Faria (PSD), o único pré-candidato ativo à sucessão de Rosalba desde o final do ano de 2011, quando rompeu com o governismo.
Robinson agarrou-se a 7,06% na pesquisa Band TV/Instituto Consult. Desempenho irrisório.
“Retrovisor”
A queda livre de Rosalba não representou – proporcionalmente – a sua ascensão. E é pouco provável que consiga fôlego para enveredar por uma candidatura ao Governo do Estado em faixa própria, mesmo que a rejeição de Rosalba chegue a “101%”.
                       Robinson não aproveitou ocaso da "Rosa" (Portal No Ar)
O que a princípio os números mostram, é um campo aberto para alguma chapa alternativa, nomes que possam representar expectativa de real mudança. Wilma e Robinson, por exemplo, não possuem esse perfil ou espectro.
Há um quadro de decepção, que não é revelado apenas na performance chinfrim do Governo Rosalba. A contrariedade latente contamina outros nomes tradicionais, como a própria Wilma, Robinson e Garibaldi Filho.
A governadora está praticamente alijada da reeleição, porque não tem qualquer contato com a realidade externa, continua delirando na Governadoria e sem nada de concreto para representar uma virada de ânimo e avaliação popular. É um zumbi: morta-viva.
Mesmo assim, ninguém ocupou essa seara – o vácuo.
Wilma – e seus mais de 30 pontos percentuais – talvez seja muito mais um “fantasma” mantido vagando por aí, pela própria Rosalba, com seu discurso de “retrovisor”, do que uma real força eleitoral para 2014. A ex-governadora é uma das obsessões de Rosalba.
Monteiro Lobato
O fenômeno pode ser comparado, guardada as proporções, com o que aconteceu entre a então prefeita natalense Micarla de Sousa (PV) e Carlos Eduardo Alves (PDT), atual prefeito. A “Borboleta” de tanto espetar o couro do seu inimigo na encruzilhada de sua administração, como se praticasse um ritual vodu, terminou lhe dando de mão beijada a prefeitura.
Outras pesquisas e acontecimentos, com o passar dos meses, darão um retrato mais consistente do que  nos aguarda para a campanha de 2014. Por enquanto, o que existe de concreto é o desmoronamento do Estado.
Cabe recorrermos a Monteiro Lobato, célebre escritor e cronista brasileiro, que no início do século passado publicou o livro “Cidades Mortas”. Retratava a realidade do interior paulista antes e depois do ciclo do café. Parecia falar do Rio Grande Sem Sorte de ontem e hoje:
- “Ali tudo foi, nada é. Não se conjugam verbos no presente. Tudo é pretérito”.
O cronista-escritor, que viria a se tornar um fenômeno da literatura desse país, constatava àquele tempo que o Brasil de duas épocas tinha os mesmos problemas, como políticos sem a menor preocupação social.
Fonte: Blog do Carlos Santos

Nenhum comentário:

Postar um comentário

SEU COMENTÁRIO SERÁ VISTO E PODE SER APROVADO PELO REDATOR DESTE BLOG.