segunda-feira, 30 de setembro de 2013

BIOMETRIA: Segurança na ponta dos dedos

Felipe Galdino - Repórter

O agente secreto Ethan Hunt, interpretado por Tom Cruise, em “Missão Impossível”, tenta entrar num prédio ou sala super secretos utilizando sua mão, seus olhos ou sua face num scanner biométrico. Eis uma cena muito vista na franquia ou em qualquer outro filme de temática policial, investigativa ou de ficção. Mas a tecnologia biométrica não tem nada de ficcional. Muito pelo contrário; ela já é uma realidade e está cada vez mais presente na sociedade. No momento, o mais comum é a identificação pelas impressões digitais. Mas a biometria ainda conta com a identificação pela iris do olho, pelo reconhecimento de voz, pela face, ou até mesmo o formato da mão.

Agências bancárias, empresas de segurança, prédios públicos, autoescolas. A tecnologia de reconhecimento de digitais já está integrada em todos esses locais e aos poucos se firma cada vez mais. A prova concreta é a inclusão da biometria no processo eleitoral brasileiro. Desde 2008 o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vem implementando o chamado recadastramento biométrico em todo o país. A intenção é fazer com que até 2018 todo o eleitorado esteja com suas impressões digitais devidamente cadastradas.
Emanuel AmaralProfessor Bruno Santana, do Instituto Metrópole Digital (UFRN)Professor Bruno Santana, do Instituto Metrópole Digital (UFRN)

“A intenção é aumentar a segurança do voto. No dia da eleição a urna vai identificar o eleitor pela digital e pela foto. Com esse sistema é mais seguro”, afirmou o gerente de atendimento do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE/RN), Rogério Torres. Segundo ele, em Natal, onde o processo acontece até 14 de dezembro, até a quinta-feira passada já tinham sido 225.692 eleitores, o que representa 42,67% do total. Antes de 2016 – eleição para prefeito – todo o estado deve estar votando com o auxílio das impressões digitais.

O prédio do TRE todo dia está repleto de pessoas. São todos eleitores. Filas, gente sentada em cadeiras aguardando serem chamadas. Várias mesas de atendimento instaladas para o recadastramento. Computador e outros equipamentos, como um scanner de impressão digital sobre cada uma delas. Um desses eleitores que participavam o processo era a aposentada Maria Carvalho de Azevedo.

Aos 89 anos de idade, ela não abre mão de votar. Uma senhora de cabelos brancos, baixa estatura, e um sorriso constante. Não escondia sua timidez pela presença da reportagem. Mesmo assim, emitiu seu breve comentário, afirmando ter aprovado a nova tecnologia: “É ótimo, maravilhoso. E ainda fui bem recebida”, avaliou, sempre demonstrando estar envergonhada.

Ao seu lado, Rodrigo de Carvalho Barros, empresário, 38, que é o sobrinho da aposentada, também disse ter aprovado a novidade. “Tudo que vem pra aumentar a segurança vem pra o bem. A gente vê a diferença pra os Estados Unidos, que se dizem superiores e temos esse sistema eleitoral, agora melhor ainda, mais seguro”, comentou, pouco depois de ter feito seu recadastramento.

Aliás, segurança é a palavra-chave quando se fala da criação da tecnologia biométrica. “Envolve segurança, principalmente, pra que tenhamos certeza de quem é aquela pessoa e se ela realmente é quem diz ser. O início foi com a senha que o usuário tinha de gravar, mas com o tempo se percebeu que as pessoas esquecem esse código e com isso sua identificação; então como saber que aquele que está do outro lado é realmente quem eu espero?”, explica o professor Bruno Santana, do Instituto Metrópole Digital, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Por isso novas maneiras de adquirir mais segurança começaram a ser elaboradas. Os cientistas então tiveram a ideia de utilizar as características pessoais e únicas que cada um possui. “Isso oferece um controle maior sobre quem eu permitiria fazer alguma coisa, como ter acesso a um recinto ou até fazer compras”, afirma o professor.

Fonte: Jornal Tribuna do Norte

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