Por
Nelson Barros Neto (Folha de São Paulo)
A
governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini, negocia deixar o DEM e
engrossar a base aliada do governo Dilma Rousseff. Ela deve anunciar sua
filiação ao PTB nos próximos dias.
O Estado
potiguar, visitado por Dilma na última segunda-feira (3), é o único comandado
pelo Democratas desde que Raimundo Colombo, governador de Santa Catarina,
ingressou no PSD de Gilberto Kassab, em 2011.
Conterrânea
do presidente nacional do DEM, o senador José Agripino Maia –ambos são de
Mossoró (RN)–, Rosalba se recusou a participar do programa nacional do partido
que vai ao ar nesta quinta-feira (6) em todo o país.
Ela não
quis ter a sua imagem veiculada a uma peça de propaganda crítica ao Palácio do Planalto.
A Folha
apurou que a articulação de mudança de partido envolve o petista Jaques Wagner,
governador da Bahia, terra do presidente do PTB, Benito Gama.
Gama foi
secretário de Desenvolvimento Econômico de Rosalba até novembro do ano passado
e vai substituir o também baiano César Borges, agora ministro dos Transportes,
numa das vice-presidências da Caixa – outra costura que teve o dedo de Wagner.
Anfitriã
da visita presidencial a Natal na segunda-feira, Rosalba não poupou elogios à
presidente, a quem chamou de “sensível, determinada e corajosa”, além de
“presidente de todos os brasileiros”.
“Tenho a
clara noção de que meu cargo e meu trabalho estão acima de qualquer questão e
isso me dá o direito de agradecer e aplaudir”, disse a governadora.
O objetivo
de Rosalba com a mudança para o PTB é ficar mais confortável para se declarar
dilmista no final de sua gestão e ganhar mais força na tentativa à reeleição.
Avaliações
internas, porém, indicam que a migração “vai dar trabalho” devido à lei de
fidelidade partidária. O Tribunal Superior Eleitoral só considera justa uma
mudança do tipo se ela ocorrer para uma nova sigla, se o partido anterior
sofreu desvio de linha programática ou por “grave discriminação pessoal”. Ainda
não foi definida a estratégia a ser usada para justificar a migração de
Rosalba.
Por meio
de sua assessoria, ela negou a negociação. Internamente, o PTB considera a
troca como certa.
Nota do
Blog – A
artimanha da “companheira” Rosalba é extremamente certa, para tentar sobreviver
politicamente.
O
detalhe, ou fato novo nesse caso, é o surgimento do nome do governador baiano –
do PT – como articulador e endossante dessa mudança da “Rosa”.
Será que
a presidente Dilma vai impor o nome da “companheira” Rosalba como candidata
“natural” à reeleição, com apoio dos demais aliados da base, incluindo o
próprio PT potiguar?
Como já
vi de quase tudo em política e não duvido de nada, vamos aguardar.
Fonte: Blog Carlos
Santos
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