segunda-feira, 24 de junho de 2013

ESTADO: "Usar a verba publicitária para promover o Governo é um crime contra os cofres públicos", diz Kelps Lima


O entrevistado deste domingo é o deputado estadual Kelps Lima (PR). Nesta entrevista, ele analisa o quadro estadual, fala da luta para mudar de partido com a chancela da Justiça Eleitoral e sobre projetos como a extinção da residência oficial do(a) governador(a) e regulamentação da propaganda institucional.

O Mossoroense: Por que o senhor decidiu sair do PR?

Kelps Lima: Não fui eu que decidi sair do PR. Fui informado pelo presidente do Diretório Municipal de Natal que o partido não tinha mais interesse na minha permanência. Diante disso, decidi entrar com o pedido de Justa Causa, e juntei no processo a declaração, por escrito, do presidente do partido confirmando isso.

OM: Qual partido o senhor prefere nesse momento?

KL: Vou pensar no partido quando o meu processo for julgado. Mas desejo participar de um partido onde realmente os problemas do RN sejam discutidos, e não somente as estratégias da próxima eleição.

OM: Certa vez o senhor fez um discurso dizendo não ser oposição nem situação. Qual o significado de não ter uma posição política dentro de uma casa como a Assembleia Legislativa?

KL: Eu tenho posição sim. Fica sem posição quem vota tudo a favor do Governo só porque é de situação, ou contra porque é de oposição, sem analisar o conteúdo de cada projeto. Estou ao lado dos bons projetos para o RN, independente de serem governo ou oposição. É isso que a sociedade deseja, compromisso com o Estado.

OM: O senhor foi secretário no governo Micarla de Sousa. O senhor acha justo as comparações entre ela e Rosalba Ciarlini?

KL: Fui secretário da Semob de Natal por somente um ano e no início da gestão. Em todo caso acho que ambos foram e estão mal avaliados, esse é o ponto comum, mas as causas da rejeição são por motivos diferentes.

OM: Este é seu primeiro mandato. Como é conhecer a política por dentro?

KL: Estou realizando um grande sonho. Exercendo minha vocação. Tem sido difícil conciliar vida pessoal, meu escritório de advocacia e o mandato. A vantagem de não ter vínculos com situação, oposição ou nenhum grande grupo da política potiguar é que posso propor aquilo que acredito, sem receber ordem de ninguém. Não sou dono da verdade e respeito muito as opiniões contrárias as minhas dentro da Assembleia, mas não vou abrir mão de debater os profundos problemas do Estado.

OM: Como o senhor analisa essas manifestações dos estudantes?

KL: Um grande recado para toda a classe política brasileira. Que o atual formato de fazer política e gerir a coisa pública está falido, ultrapassado. Tomara que esse nível de exigência da população com a classe política tenha vindo pra ficar.

OM: Na sua opinião, o que falta para o governo Rosalba melhorar? 

KL: Acredito que a governadora seja bem intencionada, mas não tinha um plano estratégico macro para gerir o Rio Grande do Norte. Espero que se acerte. Torço para um Estado melhor e mais forte.

OM: O senhor realmente foi convidado para ser secretário estadual de Saúde?

KL: Fui sondado, mas não houve convite formal. Em todo caso disse, ainda na sondagem, que eu não seria o melhor nome naquele momento para assumir a Secretaria de Saúde.

OM: Qual a necessidade de projetos como o que extingue a residência oficial do governo e regulamenta a propaganda institucional?

KL: Precisamos mudar os parâmetros de fazer política e gerir o RN. O povo está nas ruas pedindo isso. Apresentei projetos com o objetivo de trazer respeito ao princípio da impessoalidade na gestão pública do Estado. Usar a verba publicitária para promover o Governo é um crime contra os cofres públicos. Essa verba deve ser investida em campanhas educativas, de utilidade pública e promover o turismo. Quanto a residência oficial, não existe nada mais pessoal, mais íntimo que nossa casa, portanto, fere o princípio da impessoalidade. Não cabe em um Estado pobre como o nosso custear as despesas íntimas e pessoais de um governante.

OM: O senhor tem ligações familiares com Apodi. O que tem proposto para aquela cidade?

KL: Tenho visitado Apodi e colocamos nosso mandato à disposição de toda a classe política da cidade. Apodi merece ter alguém que defenda seus interesses na Assembleia Legislativa. Colocamos emendas no Orçamento do Estado para reformar a maternidade, promoção da cultura do município. Estamos ajudando a várias entidades representativas no município. E este mês conseguimos, junto a iniciativa privada, recursos para reformar o Museu do Lajedo de Soledade. Estou trabalhando forte por Apodi.

Bruno Barreto - Editor de Política
Fonte: Jornal O Mossoroense

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